ESG: como redefinir a sustentabilidade ambiental nos negócios modernos
2 de maio de 2024Construindo uma cultura de respeito: impacto da educação ambiental na redução dos desastres
9 de maio de 2024As emissões atmosféricas são um dos principais desafios ambientais do mundo contemporâneo. Com o aumento da atividade industrial e a expansão da agricultura intensiva, as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera atingiram níveis alarmantes, contribuindo significativamente para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Neste artigo, vamos discutir o que são as emissões atmosféricas, suas consequências e as principais estratégias para minimizar seu efeito. Continue lendo e entenda!
O que são emissões atmosféricas?
As emissões atmosféricas se referem à liberação de gases e partículas na atmosfera, decorrentes de diversas atividades. Os principais gases emitidos incluem dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs). Esses gases têm a capacidade de absorver e reter calor na atmosfera, criando o chamado “efeito estufa”, que contribui para o aquecimento global.
As emissões atmosféricas são geradas por uma variedade de atividades humanas, que incluem:
Atividades industriais
As indústrias são grandes emissoras de gases do efeito estufa, como dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio. Processos industriais, como a queima de combustíveis fósseis para geração de energia, produção de cimento e fabricação de produtos químicos, contribuem de maneira significativa para as emissões atmosféricas.
Transporte
Automóveis, caminhões, aviões e outros meios de transporte também são fontes importantes de emissões de CO2 e NOx. A queima de combustíveis fósseis nos motores dos veículos libera grandes quantidades desses gases na atmosfera.
Agricultura
A agricultura contribui bastante para as emissões atmosféricas, principalmente por meio da produção animal. A digestão dos animais ruminantes, como bois e vacas, por exemplo, é uma fonte significativa de metano. Além disso, o uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura pode resultar na liberação de óxidos de nitrogênio para a atmosfera.
Desmatamento
O desmatamento e a conversão de florestas em áreas agrícolas ou urbanas liberam grandes quantidades de CO2 na atmosfera. As árvores armazenam carbono em sua biomassa, e sua remoção resulta na liberação desse carbono na forma de CO₂.
Consequências das emissões atmosféricas
O metano é um dos gases de efeito estufa mais potentes, sendo responsável por cerca de 28 vezes mais aquecimento do que o dióxido de carbono ao longo de um período de cem anos. Inclusive, segundo dados da Climate Clean Coalition, o metano chega a ser 86x mais nocivo do que o CO₂.
O Brasil, como o quinto maior emissor mundial de metano, desempenha um papel significativo nesse cenário. A agropecuária é responsável por cerca de 72% das emissões de metano do país, destacando-se as eructações do gado de corte como uma das principais fontes.
Além dos impactos no clima, as emissões atmosféricas também contribuem para a poluição do ar, a acidificação dos oceanos e a destruição da camada de ozônio.
Leia também: Biometano: o que é e quais são as suas vantagens?
Como minimizar o impacto das emissões atmosféricas?
Esses desafios exigem esforços coordenados entre governos, empresas e toda a sociedade, a nível internacional. O Acordo de Paris, firmado em 2015 durante a COP21, representa um marco importante nesse sentido, estabelecendo metas globais para limitar o aquecimento global a 1,5ºC neste século.
O Compromisso Global do Metano, assinado em 2021 durante a COP26 em Glasgow, estabelece uma meta de redução de 30% das emissões de metano até 2030. No total, mais de 150 países assinaram o documento.
O Brasil foi um dos signatários do acordo e a estimativa é que o país possa reduzir suas emissões de metano em até 36% até 2030, segundo relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG). De acordo com o documento, essa mudança exige uma ampliação de políticas e medidas existentes nos setores de agropecuária, energia, saneamento e controle do desmatamento.
Além disso, o Brasil possui um potencial de redução de emissões de metano a longo prazo, que pode chegar a até 75%, mediante políticas mais profundas e investimentos adicionais. Estratégias como o aumento da eficiência energética, a promoção de práticas agrícolas sustentáveis e o incentivo ao uso de energias renováveis podem contribuir significativamente para a redução das emissões atmosféricas.
Uma das principais estratégias para a redução de metano, particularmente na agroindústria, está no gerenciamento de resíduos. Nos aterros sanitários, uma boa parte do metano produzido pela decomposição de matéria orgânica vai para a atmosfera. No entanto, hoje já temos tecnologias mais eficazes para capturar esse gás e diminuir seu efeito sobre a atmosfera.
Um desses instrumentos é a biodigestão, uma técnica de gestão de resíduos que transforma resíduos em biogás e biofertilizantes, reduzindo as emissões atmosféricas de metano.
Compromissos internacionais e futuro
Os compromissos internacionais desempenham um papel crucial na luta contra as mudanças climáticas e na redução das emissões atmosféricas. A COP28 reiterou a necessidade de revisar e fortalecer as metas de redução de emissões, alinhando-as aos objetivos do Acordo de Paris. No entanto, o progresso nesse sentido tem sido lento, com apenas um pequeno número de países atualizando suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
É essencial que os países intensifiquem seus esforços e adotem medidas mais ambiciosas para enfrentar a crise climática. A transição para uma economia verde requer o engajamento de todos os setores da sociedade, incluindo governos, empresas, sociedade civil e indivíduos. Somente com uma ação coordenada e decisiva poderemos alcançar um futuro sustentável e resiliente para as gerações futuras.
Se você quer saber mais sobre o tema, acesse também nosso artigo sobre neutralização de carbono e veja quais iniciativas as empresas podem aderir para colaborar com o meio ambiente. Até a próxima!